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Trabalhadores ameaçam radicalizar a campanha salarial

Mesmo diante de um quadro de crise internacional e de redução da atividade econômica no país, o movimento sindical brasileiro promete radicalizar as campanhas salariais do segundo semestre, que reúnem as grandes categorias como metalúrgicos, comerciários, químicos, gráficos e trabalhadores da alimentação. O movimento sindical calcula que cerca de 3 milhões de trabalhadores vão intensificar a luta por aumento real de salário, além do índice relativo à inflação do período e pela renovação das cláusulas da convenção coletiva.

Os empregados avisam que não vão pagar o custo da crise que eles não criaram. O governo federal de forma autoritária radicalizou com os servidores públicos federais em greve, e não quer conceder as principais reivindicações dos trabalhadores.  “Não vamos aceitar postura semelhante dos patrões da iniciativa privada”, afirmou o secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

Unidade
Ele explicou que a unidade das centrais sindicais hoje possibilita a deflagração de amplas manifestações de massa, passeatas e paralisações para conquistar as reivindicações.  “Com o recuo do índice de aumento de preços, é mais fácil negociar ganhos reais”, revelou o  presidente da Fequimfar, Sérgio Luiz Leite, o Serginho.  Liderados pela Fecomerciários, os comerciários do Estado de São Paulo lançaram a campanha salarial com uma passeata na região da avenida Paulista.

“Não mediremos esforços para assinarmos o quanto antes, nossa convenção, porque as reivindicações entregues aos empregadores são justas e atendem aos anseios dos mais de 2,5 milhões de comerciários que representamos no Estado”, explicou Luiz Carlos Motta, presidente da Fecomerciários. “Estamos perdendo poder aquisitivo no piso salarial. Com os aumentos do mínimo, o salário da categoria está defasado. Estamos pedindo a recomposição das perdas de anos anteriores", completa.

Luta
Os metalúrgicos em São Paulo conquistaram um reajuste nominal de 10% em 2011, porém com um ganho real maior, de 3,1%, pois na data-base, em novembro, a inflação estava mais baixa . “De novo vamos lutar por um bom índice”,  diz Cláudio Magrão, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da Força Sindical, que negocia em nome de cerca de 750 mil trabalhadores, inclusive dos 260 mil metalúrgicos da capital.

Magrão acredita que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será trazida para a mesa de negociações pelos setores patronais como forma de limitar as conquistas dos trabalhadores, uma vez que, segundo ele, somente as montadoras tiraram proveito desse benefício.

Os gráficos do Estado de São Paulo também estão em campanha salarial e reivindicam aumento real, manutenção e ampliação dos direitos sociais e econômicos, ampliação dos direitos da mulher e redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução salarial, informo o presidente FTIGESP (federação dos gráficos),  Leonardo Del Roy, ao revelar o mote da campanha que será apresentada aos patrões, que não querem conceder aumento de salário: “Gráficos tocam a campanha salarial: chorinho só com flauta e cavaquinho”.

Fonte: Força Sindical