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Setor gráfico eleva exportações e reduz déficit

O desaquecimento dos negócios no mercado doméstico, que teve impacto negativo também nas importações, e as iniciativas da indústria gráfica brasileira para promover seus produtos no mercado externo contribuíram para reduzir o déficit comercial do setor no segundo trimestre deste ano em 44%, para US$ 30,6 milhões, frente ao saldo negativo verificado nos três primeiros meses do ano.

 

E, se esse ritmo for mantido na segunda metade do ano, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Levi Ceregato, é possível que, no quarto trimestre, a indústria registre um pequeno superávit comercial. No acumulado do ano, porém, a tendência é a de que o saldo ainda seja negativo – no primeiro semestre, o déficit ficou em US$ 85,2 milhões.

 

 

“As gráficas brasileiras têm investido muito em processos para redução de custos, o que aumentou a competitividade do produto nacional no mercado externo”, afirma o presidente da entidade. No ano passado, o investimento da indústria totalizou US$ 1,2 bilhão e, neste ano, deve ficar ligeiramente abaixo desse valor, em torno de US$ 1 bilhão, diante do cenário de incerteza quanto aos rumos da economia local e do ambiente de negócios “mais tímido”.

Segundo levantamento da Abigraf, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as gráficas brasileiras exportaram 27,9 mil toneladas de produtos no segundo trimestre, com receita de US$ 76,1 milhões, valor 20,3% acima do verificado entre janeiro e março deste ano. Os principais destinos foram os Estados Unidos, Uruguai e México, e os principais itens exportados foram embalagens, cartões impressos e cadernos.

As importações, por sua vez, totalizaram 16,8 mil toneladas ou US$ 106,7 milhões, receita 9,5% menor do que a registrada no primeiro trimestre. A China, os Estados Unidos e a Suíça foram os principais vendedores de itens gráficos ao Brasil, que foram liderados pelo segmento editorial (que compreende livros e revistas).

Conforme Ceregato, ao mesmo tempo em que a dinâmica mais lenta da economia local reduziu as compras externas, as empresas brasileiras buscaram alternativas de venda no exterior para compensar a fraca atividade interna. Para 2014, a previsão é a de que as vendas da indústria gráfica nacional no mercado interno encolham entre 3% e 4%.

“Havia alguma expectativa em relação às eleições, mas elas só trouxeram melhora para certas regiões do país, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, diz Ceregato. No Sul e no Sudeste, as vendas adicionais geradas pela realização das eleições acabaram neutralizadas pela redução dos impressos promocionais.

FONTE: Valor Econômico