Cartas de oposição a Contribuição Assistencial estão chegando ao Sindicato dos Gráficos do Estado do Ceará (Sintigrace) desde antes do registro da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), fechada no mês de março.
São cartas vindas da Tubocone, empresa associada que presidiu o Sindembalagens; da Ranco Embalagens, empresa que preside o sindicato patronal atualmente; da Rigesa e da Paema Embalagens.
O presidente do Sindicato dos Gráficos do Ceará (Sintigrace), Rogério Andrade, denuncia que essas oposições não são feitas pelos trabalhadores individualmente. Elas estão sendo feitas pelos setores de pessoal, ou recursos humanos das empresas, atendendo orientações de seus patrões, afim de não permitir que os trabalhadores fortaleçam financeiramente sua entidade de classe.
“É permitido aos trabalhadores, individualmente, se opor ao desconto da Contribuição Assistencial. Porém, o que está acontecendo é o ataque das empresas contra a organização dos trabalhadores, ao utilizarem seus departamentos administrativos para forçarem os empregados a fazer oposição ao desconto. O que acontece, na verdade, é que o trabalhador não faz oposição por vontade própria, como determina a Lei, mas é forçado, através de uma ação antissindical da empresa”, comenta Andrade.
Para Nonato Fonteles, Secretário Geral do Sintigrace, “nota-se que as cartas de oposição são de igual teor, muitas vezes impressas, onde se diferenciam no texto apenas o nome, os dados pessoais e a assinatura do trabalhador, numa prova que o documento foi previamente preparado pela empresa”.
Segundo Andrade, os indícios são de crime de prática antissindical por parte das empresas. “É uma ação política coordenada para impedir que a organização dos trabalhadores possa ter êxito. Pois, sem recursos, as condições da categoria para realizar uma Campanha Salarial forte, capaz de resistir aos ataques dos patrões e contra atacar para alcançar as conquistas, ficam bastante fragilizadas”, finaliza o Presidente.