O Sindicato dos Trabalhadores Gráficos do Ceará (Sitigrace) segue na denuncia da tentativa patronal de descaracterizar uma importante data da categoria através de uma festa ofertada por eles no dia 4 de fevereiro em desrespeito ao Dia do Gráfico.
O dia 7 de fevereiro, Dia do Gráfico, é uma data que celebra a memória da greve de 1923, que trouxe vitória para a categoria após 42 dias de paralisação com o reconhecimento da União dos Trabalhadores Gráficos (UGT).
A luta de 1923 enfrentou fortes perseguições de repressão policial organizada pelas empresas, com invasão do depósito e a total destruição dos alimentos que eram utilizados como fundo de greve e para a sobrevivência dos trabalhadores. Na época, consciente da necessidade de luta, a categoria passou a bradar o slogan de resistência: “SE NECESSÁRIO COMEREMOS TERRA”.
Para Rogério Andrade, presidente do Sintigrace, estando organizados atualmente em nossa entidade sindical e na organização maior que veio substituir a UGT desde 1993, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas (CONATIG), “temos enquanto trabalhadores o dever de exigir respeito a nossa memória e de nossos companheiros que sofreram para que tivéssemos melhores condições de trabalho”.
Andrade destaca que o Sintigrace tenta há vários anos, adicionar uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do setor convencional, reconhecendo o Dia do Gráfico, como data festiva dos trabalhadores, com os patrões assumindo o compromisso de não realizar nenhuma festa alusiva ao dia, mas a proposta é sempre recusada. Para ele, o patronato não reconhece a data para que as atividades promovidas por eles tenham “caráter de lavagem cerebral, retirando da celebração a simbologia de luta e resistência dos trabalhadores.”