Fonte:CSP Conlutas
A inflação brasileira registrou pior número para o mês de janeiro desde o ano de 2003. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o índice de aumento ficou em 0,86%, ante uma variação de 0,79% em dezembro, sendo o maior aumento registrado desde 2005.
A alta foi impulsionada pelo preço dos alimentos. No estudo da Cesta Básica divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em todas as regiões brasileiras avaliadas, houve um aumento no valor da cesta básica acima de 10%. A maior variação foi em Salvador, que registrou alta de 17,85%, o que comprova que este foi um fator forte para o aumento da inflação. Veja aqui pesquisa completa do custo da cesta básica.
Os preços dos alimentos como arroz e feijão, consumidos em grande parte pela população de baixa renda, foram os que mais aumentaram. De acordo com a pesquisa, o preço do feijão subiu em 16 capitais com os maiores aumentos em Salvador (20,80%), Natal (17,97%) e Florianópolis (13,66%). O arroz teve alta em 12 cidades com aumentos mais significativos em Aracaju (14,17%), Florianópolis (13,68%) e Salvador (9,81%).
Para as famílias que ganham entre 1 e 2,5 salários mínimo o impacto da inflação dos últimos 12 meses, foi ainda maior e chegou a 0,98%, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas.
Para pagar todos esses gastos, de acordo com o estudo do Dieese que se baseia no custo da cesta básica de São Paulo e demais gastos como saúde e educação, o menor salário pago no mês de janeiro de 2013 deveria ser de R$ 2.674,88. O valor ideal indicado é 3,95 vezes maior que o mínimo de R$ 678,00 que entrou em vigor a partir de janeiro, conforme definição do Governo Federal.
O aumento da inflação poderia ser ainda maior, mas foi freado pela política do governo federal em segurar o valor da conta de luz bem como o valor do transporte público em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esses dados revelam que podemos ter uma inflação ainda maior em fevereiro.
Segundo o Banco Central, o melhor recurso que o governo poderia utilizar para controlar a taxa da inflação seria manipulando o valor da Selic (que controla a taxa de juros no país), mas é apontado como ultimo recurso, mediante a bandeira de “juros baixos” adotada pelo governo Dilma. Caso o governo adotasse o uso da taxa Selic para controlar a inflação os juros iriam subir.
“Os juros brasileiros já são muitos altos e a CSP-Conlutas é contra o aumento dos juros para combater a inflação, uma vez que a melhor medida a ser usada para melhoria das contas da União seria gastar menos ou parar de pagar a divida publica, que consome cada vez mais o orçamento do Estado. Quanto menores forem os juros, menor será o valor a ser pago pelo governo para os bancos aos quais realizaram empréstimo”, avalia o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, José Maria de Almeida.
“Para reduzir a inflação, a medida que o governo poderia adotar é controlar os preços dos alimentos e serviços básicos, como água, luz, telefone, energia elétrica, e até mesmo o combustível, que atualmente teve o preço elevado. Estes controles seriam recursos muito mais eficazes no controle da inflação e também melhorariam a condição de vida da população”, finalizou.
Com informações do Dieese e Jornal Estadão