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Feriado de 7 de fevereiro reúne categoria gráfica para celebrar história de luta

A Associação Recreativa dos Empregados dos Correios do Ceará (Arco), também conhecida como “Clube dos Correios”, foi o ponto de encontro para a celebração do 7 de fevereiro, uma das datas mais importantes no calendário da categoria Gráfica.

O 7 de fevereiro celebra o dia do trabalhador gráfico, sendo uma homenagem a greve ocorrida há  91 anos, quando unidos e mobilizados, os gráficos desafiaram o poder dos patrões,  e conquistaram a primeira convenção coletiva de trabalho da história dos gráficos.

 

Logo cedo, trabalhadores compareceram ao lado de amigos e familiares.  As crianças não perderam tempo e procuraram  áreas do parque e da piscina. A sexta-feira de sol forte não tirou o ânimo dos gráficos que corriam atrás da bola em um dos campos do clube.

A grande maioria que compareceu ao evento vestiu a camisa do lema “7 de fevereiro:  Na lei, ou na marra”. Afinal, essa é a maneira da categoria celebrar sua data histórica de lutas.

Em número, os jogadores completavam os três times  que se divertiram com suas jogadas e lances. O revezamento entre os jogadores auxiliava na hidratação e muitos aproveitavam para um mergulho rápido ou um banho no chuveiro.

Exatamente ao meio dia, o presidente do Sindicato dos Gráficos do Ceará (Sintigrace), Rogério Andrade, parabenizou toda a categoria presente, assim como os dirigentes do sindicato, pela realização do dia. Além dos informes sobre as próximas negociações coletivas, Andrade ainda realizou um resgate histórico do significado do 7 de fevereiro.

O serviço de bar completo teve início e, o público pode conferir o número musical da cantora Beth Rodrigues. O repertório que incluía da MPB ao rock embalava o horário do almoço. No cardápio, uma gostosa feijoada.

Várias entidades sindicais compareceram ao evento, dentre elas o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Ceará (Sintro), O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Ceará (Sindjorce), Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Valores, Carro Forte, Escolta Armada, SPP, Conferência, Tesouraria do Estado do Ceará (Sindvalores) e Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário Intermunicipal e Interestadual (Sintet) .

Já no fim da tarde, um animado sorteio de prêmios agitou toda a categoria. Eletrodomésticos variados foram sorteados e a cada nome chamado, os trabalhadores realizavam uma grande festa. Os prêmios incluíam desde ferros de passar roupa a produtos de maior porte como micro-ondas e um fogão quatro bocas.

Entrevista: ‘Cultura é Gráfico’, define o trabalhador Ricardo Pinto

Para compreender um pouco da importância da atuação do trabalhador gráfico, assim como a representatividade do dia 07 de fevereiro, a melhor opção é conversar com quem entende da labuta. Pedimos licença, e tiramos o gráfico,

Ricardo Pinto Vasconcelos, que comemorava com a família e os amigos o dia nacional da categoria, para alguns minutos de entrevista.

Ainda adolescente, Ricardo abraçou a função que até hoje desempenha. Aos 13 anos, o setor gráfico lhe surgia como opção de vida. Reunindo um total de 32 anos de atividade, o trabalhador esclarece que seu trabalho como gráfico lhe deu tudo que tem na vida. Nesse ofício, surgiram as marcas do tempo em seu rosto e surgiu a família que o acompanha.

“O dia do gráfico representa o orgulho que tenho pela minha profissão”, relata Ricardo. Em nossa entrevista, esta mesma palavra, “orgulho”, seria dita outras vezes com acentuado carinho.

“Quando eu olho os cadernos e livros de minha filha, vejo que nós (trabalhadores gráficos) temos a mão suja de tinta e ralada. O que realmente faz sentido e prazer é saber que aquela agenda, aquele livro passou pela mão da gente”, explica o gráfico que ainda acrescenta: “O trabalho de um poeta passa por nós!”.

A partir desse ponto, Ricardo reforça como é a relação entre sociedade e categoria gráfica e, de certa forma, manda um recado para os companheiros de trabalho: “Quero dizer que a categoria deve ser mais unida e forte, pois somos extremamente importantes dentro da sociedade. Esta mesma sociedade está dentro de nós e nós dentro dela. O cidadão de fora que desconhece nosso dia a dia não sabe que para leitura de um livro, para o acesso à cultura tem um gráfico que rala, que luta, que vence…”.

O trabalhador se emociona e volta a repetir “orgulho” quando cita a cena de uma criança ou um adulto lendo um material impresso. Ele amplia suas considerações ao revelar que além de uma realização pessoal ele fica muito feliz pelo valor que seus companheiros de ofício possuem.

Ao fim da conversa, Ricardo Pinto Vasconcelos, 32 anos como gráfico, se despede com a mesma gentileza com a qual recebeu o repórter. Antes de voltar para a presença da filha, Ricardo vibra em mais uma anúncio: “Eu adoro meu trabalho e cultura é gráfico”.