Sintigrace Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica
O Sindicato dos Gráficos do Estado do Ceará (Sintigrace) realizou, na quinta-feira (16/10), uma assembleia com os trabalhadores da Embacel, unidade de Sobral.
Durante o ato, os gráficos da empresa avaliaram e reprovaram a proposta apresentada pelos patrões do Sindicato das Indústrias de Papel, Papelão, Celulose e Embalagens em Geral do Estado do Ceará (Sindiembalagens) após seis rodadas de negociações já realizadas.
De acordo com o presidente do Sintigrace, Rogério Andrade, os trabalhadores da Embacel disseram "um sonoro não” à proposta patronal de aumentar os salários em 6% (0,17% de aumento real, descontando a inflação do período) e R$ 3,00 no piso salarial.
Os trabalhadores da Embacel também ratificaram a proposta de só fechar a CCT com alguma conquista social e para isso defenderam a proposta apresentada aos patrões pelo Sintigrace, explica Andrade.
A última proposta apresentada pelo Sintigrace consistia na cesta básica no valor mínimo de R$ 150,00, Auxílio Creche no valor de R$ 250,00, plano de saúde. Os trabalhadores aprovaram ainda a redução da proposta de reajuste salarial de 18% para 15%, que será apresentada pelo Sintigrace na próxima rodada de negociação.
A paralisação ocorreu na troca de turno e reuniu os trabalhadores da manhã e da tarde, paralisando as atividades por cerca de meia hora. Para Andrade, a revolta tomou conta dos trabalhadores que não aceitam de forma alguma as propostas indecorosas dos patrões. “Os trabalhadores exigem respeito e dignidade e não é isso que os patrões estão nos oferecendo”, avalia Andrade.
Empresa retalia
Após a realização da assembleia, a Embacel, através de seus gerentes, realizou reunião no refeitório da empresa. Para o Sintigrace, a reunião teve o objetivo de intimidar os trabalhadores e, segundo informações repassadas ao sindicato, a empresa prometeu descontar os minutos que todos ficaram sem trabalhar, bem como demitir aqueles que aderirem a luta por melhores condições de trabalho.
Para o presidente do Sintigrace, Rogério Andrade, está muito claro a prática de assédio moral realizada pela empresa.
“O Sintigrace não irá aceitar qualquer tipo de retaliação aos trabalhadores, e, se houver retaliação, a paralisação não será de apenas meia hora. Se os patrões não querem atraso na produção, apresentem propostas satisfatórias para fechar a Convenção Coletiva de Trabalho. Enquanto as propostas forem as que estão na mesa, as assembleias serão para atrasar a produção em todas as gráficas de embalagens”, avisa Andrade.
