Nossas homenagens aos 91 Anos do Dia 07 de Fevereiro
Dia Nacional do Trabalhador Gráfico
Trabalhadores gráficos: herdeiros do legado combativo
Os trabalhadores gráficos do país são uma das primeiras categorias profissionais livres e assalariados no Brasil. Também foram os pioneiros a lutar em prol de direitos negados pela maior parte do patronato brasileiro. Com este postura aguerrida, a categoria tem historicamente contribuindo para aumentar a consciência da luta da classe operária em defesa da melhoria na qualidade de vida do trabalhador. E foi Isso, por exemplo, o que ocorreu há 91 anos, em 7 de fevereiro, quando unidos e mobilizados, os gráficos desafiaram o poder dos patrões, fazendo um grande greve até conquista a primeira convenção coletiva de trabalho da história da categoria. Viva a luta de classe, viva os Gráficos!
No decorrer do processo histórico social, a classe trabalhadora tem sido vítima da opressão patronal. Salários e condições de trabalho decentes têm sido negados bem antes da proclamação da República do Brasil. O fato é que a cultura escravocrata se estendeu para a relação profissional e o trabalhador livre e assalariado convive com a herança autoritária. Os direitos trabalhistas, por outro lado, tem sido resultante da ação contrária à intransigência. Os trabalhadores, através da consciência e mobilização de classe, têm combatido a opressão histórica do patronato brasileiro, com destaque ao período de industrialização. Neste sentido, os gráficos, uma das primeiras categorias profissionais livres e assalariados no país, foram pioneiros nesta postura aguerrida, contribuindo para a conquista de direitos em defesa da melhoria na qualidade de vida do trabalhador.
A primeira greve de expressão no país, foi promovida por gráficos ainda no Brasil Império. Em 1858, eles pararam os jornais da capital nacional. Lutaram por melhores salários e denunciaram as condições de trabalho análogas à escravidão. A postura combativa continuou na República. A categoria foi uma das mais progressivas no começo do século passado, durante o processo de industrialização nacional. Os gráficos estiveram à frente dos principais movimentos paredistas daquela época. Eles são herdeiros, inclusive, da greve de 1923, a qual protagonizou derrota significativa à classe patronal e ainda sem repetição na história do país. Os efeitos positivos dessa greve para a organização dos trabalhadores repercutem até os tempos atuais. Foram fundamentais para contribuir na consolidação das leis trabalhistas, promulgadas no período do Estado Novo, e, posteriormente, na Constituição Federal de 1988.
A predisposição para a luta é empírico ao perfil do trabalhador gráfico. Desde os primórdios da relação profissional no Brasil, o gráfico utilizou a greve como mecanismo especial para enfrentar o autoritarismo patronal nas negociações por melhores salários e condições de trabalho. A extensa jornada de trabalho dos operários no início do século passado, em média de 100 horas semanais de domingo a domingo, estimulou a resistência dos trabalhadores. E os gráficos não se furtavam ao combate em defesa da categoria e demais trabalhadores, mesmo num período em que ainda não havia leis trabalhistas. A negação de direitos fez com que a classe operária, conscientes de que eram livres, promovesse um histórico movimento nacional contrário ao autoritarismo patronal, que durou cerca de 30 anos. A greve dos gráficos de 1923, conta uma etapa importante desse tempo de unidade e mobilização da classe operária.