Mal iniciou 2016 para que gráficos e demais profissionais brasileiros fossem pegos de surpresa com mais uma investida contra o direito da classe trabalhadora. O ataque foi em direção à aposentadoria. A presidente Dilma Rousseff disse que era preciso “encarar” uma reforma da Previdência. Ela sinalizou que pode sugerir uma idade mínima para o benefício. E a justificativa foi a de que, atualmente, os brasileiros estão envelhecendo mais e, por isso, “não é possível” que a idade média para aposentar seja de 55 anos. Tocou ainda na possibilidade de novas regras que consideram idade e tempo de contribuição. A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas (CONATIG) não concorda com a elevação da idade mínima, ou outra medida em desfavor da classe trabalhadora no país.
“Mal saiu de cena o Fator Previdenciário, criado no governo FHC, trocado em 2015 pela fórmula 85/95, deformada pelo atual governo com a progressividade da idade, para Dilma já anunciar esta nova e negativa intenção de mudar a aposentadoria”, critica Leonardo Del Roy, presidente da CONATIG, dizendo que o movimento sindical e social não aceitarão, sem lutar, tamanha ofensiva aos trabalhadores.
A CONATIG e o movimento sindical já fazia críticas a Dilma por ela ter inserido a progressão de idade na formula 85/95, limitando as benesses do mecanismo, criado parar reduzir os negativos efeitos do fator previdenciário. “E, agora, a presidente conta que é preciso elevar a idade para se aposentar?”, questiona indignado Del Roy.
“Além de prejudicar o trabalhador, essa intenção é um contrassenso absurdo da presidente, porque ora ela busca ações para por fim aos efeitos do fator (que retardava a aposentadoria), agora, depois da mudança do ministro da Fazenda (Levi por Barbosa), ela já fala em reforma previdenciária para ampliar a idade para se aposentar, com o pretexto da sustentabilidade da Previdência”, critica o sindicalista, lembrando que o governo mal colocou em prática a fórmula 85/95, que já não é boa, e vem com aumento de idade para se aposentar.
Reajuste da aposentadoria
A vida do aposentado é dura. E um dos motivos é a defasagem no valor do benefício ao decorrer do tempo. Este ano, por exemplo, o reajuste de quem recebe o salário mínimo foi de 11,67%. O mesmo não foi concedido para quem recebe acima do mínimo. O índice foi de 11,28%. Com isso, estima-se que 327 mil aposentados migraram para faixa do mínimo. Calcula-se que 85% dos beneficiários no país tiveram perdas. “Dilma está certa numa questão: até que é preciso um reforma da Previdência, mas em favor dos trabalhadores, pois a coisa já está muito feia”, sugere Del Roy.
Fonte: Conatig