A Confederação Nacional dos Trabalhadores Gráficos (CONATIG) adere ao movimento Abril Verde – uma iniciativa do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Paraná, a fim de pautar a sociedade sobre a segurança e saúde do trabalhador brasileiro, ameaçada toda hora no país e fora dele. O problema de acidentes no serviço é tão grande que a soma daqueles acidentes com e sem mortes de trabalhadores daria para encher 2,8 mil Maracanãs lotados ou quase 24 cidades de São Paulo. A cada ano, 317 milhões de empregados morrem pelo mundo durante o trabalho e outros 270 milhões sobrevivem aos acidentes, mas muitas vezes mutilados e doentes. Os casos de mortes ligados às enfermidades laborais chegam a 2,02 milhões de pessoas por ano, e outras 160 milhões sofrem com doenças atreladas ao trabalho. Os gráficos também são vítimas dessa catástrofe social que ocorre de forma silenciosa. A categoria, portanto, liderados por seus sindicatos pelo país, precisam aderir ao Abril Verde e dá visibilidade a este problema enfrentado pela classe trabalhadora.
“O movimento se chama Abril Verde porque é realizado no mês de abril em homenagem aos 78 mineiros americanos mortos numa explosão nos EUA no ano de 1969, no dia 28 de abril – data que a ONU definiu como o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho. Além disso, 7 de abril e considerado pela ONU o Dia Mundial da Saúde”, fala José Augusto, secretario da Região Sul da CONATIG, que propôs para a Confederação aderir e dar visibilidade ao movimento Abril Verde. A cor verde tem sua simbologia relacionada à conscientização no combate em prol da saúde. O sindicalista lembra que e fundamental a participação de todos os gráficos e demais trabalhadores no Abril Verde para que este movimento ganha igual visibilidade ao Outubro Rosa e Novembro Azul.
Leonardo Del Roy, presidente da CONATIG, realça a relevância do Abril Verde para chamar a atenção da opinião pública, a fim de o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores aprovem leis no sentido de proteger os brasileiros durante o exercício profissional. O dirigente inclusive aproveita o contexto para criticar a postura recente de várias senadores em tentar desvalidar uma norma contra acidentes de trabalhos do Ministério do Trabalho (NR12), que, só não aconteceu porque o senador Paulo Pain (PT/RS) conseguiu tirar o debate da pauta. “O Brasil precisa de leis para proteger o trabalhador, não para deixá-lo ainda mais frágil”, questionou o sindicalista.
O líder dos gráficos brasileiros aproveita o Abril Verde para chamar a atenção também dos sindicatos da classe sobre ações para contribuir na saúde e segurança dos trabalhadores que atuam nas gráficas pelo país. É urgente e necessário pressionar as empresas para criar as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas), como determina a NR5. É também indispensável acompanhar os trabalhadores ‘cipeiros’ para que, de fato, estas comissões funcionem em defesa da saúde e segurança dos trabalhadores, o que contribuirá para reduzir as mortes e mutilações relacionadas aos acidentes de trabalho e a reduzir as doenças laborais.
Fonte: Conatig