Em momentos de crise econômica como o que estamos vivendo é normal os patrões demitirem e diminuírem os salários dos trabalhadores. O objetivo patronal é não diminuir suas margens de lucro.
Nesta campanha salarial, os patrões gráficos do setor de embalagens, estão agindo neste sentido. A categoria, que tem data-base em maio, ainda não viu sua Convenção Coletiva de Trabalho celebrada. Mais uma vez, não mandaram representante para a mesa de negociação, sendo representados por um advogado.
De janeiro até 26 de outubro deste ano, já passaram pelo Sindicato 194 demissões de trabalhadores empregados nas empresas do setor. Como só passam pelo Sindicato, demissões de trabalhadores com mais de 1 ano de empresa, o número de trabalhadores demitidos no setor gráfico de embalagens é bem maior que este. Alegando crise, os patrões estão tentando manter os salários dos trabalhadores da categoria em patamares rebaixados como se depreende dos números encontrados na RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego. O reajuste salarial oferecido pelos patrões, representa apenas a inflação do período, 8,34%, portanto sem aumento real de salário, uma vez que a inflação cobre apenas as perdas salariais do período.
Quando se trata de piso salarial, a situação é ainda mais agravante, pois os patrões oferecem piso salarial de 822 reais, muito distante dos 1.407,42 do salário médio pago aos trabalhadores do setor, no Ceará em 2014 (ver quadro abaixo), segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.
A partir da próxima semana, o Sindicato estará nas empresas do setor realizando assembleias para avaliar com os trabalhadores, a situação da Campanha Salarial 2015-2016. Está na hora dos trabalhadores iniciarem uma reação. Os patrões do setor gráfico de embalagens querem que os trabalhadores paguem, com perda de emprego e com baixos salários a conta de crise econômica.
Veja a tabela: