"Patrões tratam trabalhadores com descaso”
Segundo o presidente do Sintigrace, Rogério Andrade, o resultado da primeira rodada de negociação entre o sindicato e o Sindgraficas é uma demonstração clara do modo como os patrões tratam os trabalhadores no setor gráfico convencional cearense, "descaso, desrespeito, empáfia, humilhação", reclamou o presidente.
Durante a rodada, os patrões negaram todas as reivindicações da categoria, dentre elas, piso salarial, cesta básica, vale-alimentação, dia do gráfico e jornada de 40 horas.
O sindicato patronal também não aceitou alterações para melhorar conquistas da categoria como o vale-lanche e substiuição, e ainda querem modificar conquistas da categoria como, por exemplo, o pagamento de salário, comprovante de pagamento e vale-transporte.
Segundo afirmou o presidente do sindicato, os patrões ainda afirmaram que dificilmente chegarão a um índice de reajuste salarial igual à inflação do período. "Ou seja, os patrões disseram que a categoria não terá aumento de salário em 2012", protestou Andrade.
O argumento levantado pelo sindicato patronal é da crise econômica, porém segundo o Economista Chefe do DIEESE no Ceará, Reginaldo Aguiar, o objetivo patronal é rebaixar ainda mais a Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria e beneficiar as grandes empresas gráficas, pois são essas empresas quem mais se beneficiam com uma convenção sem conquistas.
O presidente do Sintigrace afirmou não saber a qual crise o sindicato patronal se refere, pois, não há crise econômica no setor gráfico, muito menos no Estado do Ceará onde o crescimento econômico foi maior que o brasileiro. Para ele os patrões estão querendo testar a mobilização dos trabalhadores, "se os patrões agem com tamanho desrespeito é porque tem certeza que os trabalhadores não irão reagir, mas não é o que tem acontecido em São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco"
O Sindicato vai dar continuidade à mobilização da categoria e, segundo a direção do sindicato se os patrões não cederem, haverá paralisações nas gráficas, pois a categoria não irá aceitar uma convenção rebaixada, "os patrões que se preparem porque nesta campanha salarial ninguém vai ficar parado", finalizou o presidente do Sintigrace.