Nas últimas semanas um grande levante popular tomou as ruas do Brasil, a movimentação foi iniciada pelo Movimento Passe Livre (MPL), em São Paulo. O movimento, oficializado em 2005, teve inicio seis anos antes, e formou-se embalado por outras mobilizações populares como a Revolta do Buzu (Salvador, 2003) e as Revoltas da Catraca (Florianópolis, 2004 e 2005). Na sua origem, o movimento contou com apoio de diversas juventudes ligas a esquerda brasileira, mas se define como "apartidário", mas não "antipartidário", além disto, o movimento nega a existência de uma hierarquia na sua composição.
Embora o movimento defenda o passe livre para o transporte público, as mobilizações foram incentivadas pelo aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus de São Paulo e convocadas através das redes sociais. Porém, com uma rapidez significativa, principalmente após a ação truculenta da polícia paulista, milhares de pessoas se uniram às passeatas, trazendo diversas outras reivindicações. De São Paulo, o exemplo, mobilizou o país.
Com igual rapidez as mobilizações tomaram conta das ruas de diversos municípios do Brasil. Nas bandeiras, várias reinvindicações, algumas delas, históricas, como a reforma política.
O Brasil, porém não acordou agora, conforme alegam alguns desses novos militantes do cenário político nacional. Lutamos desde o início da resistência indígena, lutamos como Zumbi dos Palmares, como todos os guerreiros da luta pela reforma agrária e todas as mulheres brasileiras, lutamos como os jovens sonhadores e aguerridos contra a ditadura militar e lutamos novamente no movimento conhecido como caras pintadas. Nosso povo é sim, de luta!
Porém, não podemos esquecer, que a luta de hoje é fruto de algo bem maior: a decadência do sistema capitalista e suas mazelas.
O capital que apresenta sinais de grande desgaste está sendo questionado em todo o planeta, sejam nas mobilizações do Egito ao EUA, da Turquia até as que acontecem agora no Brasil. Toda essa movimentação não é nova quando lembramos que em 2012 tivemos duas grandes paralisações nacionais como a greves da polícia militar e dos professores.
Isto tudo porque um sistema que privilegia uma minoria, enquanto suga tudo dos trabalhadores, a base de fome, desemprego e desigualdade, não pode se sustentar sem causar revolta aos que são excluídos.
Não podemos, porém, deixar que todo esse vento de mudança e luta por melhores condições de vida, seja cooptado por uma elite conservadora insuflada pela mídia burguesa. É preciso estar atento, ao discurso de volta da ditadura, derrubada do governo e de violência contra a militância partidária de esquerda. Esse discurso, que só atende aos interesses da mais conservadora e atrasada elite nacional.
O Sindicato dos Gráficos do Ceará apoia o passe livre e o fim da violência à classe trabalhadora e convoca a todos para participar do grande ato nacional do movimento sindical que será realizado no dia 11 de julho e foi convocado por todas as centrais sindicais brasileiras.