Independente de quem é contra ou a favor do Lula, de quem foi ou não à favor da saída de Dilma da Presidência, que foi golpe parlamentar, a vida dos trabalhadores piora com Temer e os seus partidos apoiadores. As novas leis são tomadas sempre na direção contra os trabalhadores e em favor só dos empresários. E assim ficarão enquanto o trabalhador se mantiver dividido, ou ainda pior, enquanto ficar alheio e pacífico a tudo. E assim ficarão enquanto as centrais sindicais não estabeleceram uma real unidade entre elas em direção ao único interesse do trabalhador, que é ter empregos, mas com salários, direitos e condições de exercê-los – características tais que continuam sendo atacadas a cada decisão do governo ilegítimo do Temer. A nova agora acaba é atacar o salário mínimo.
“Que Temer entrou na Presidência para adotar a política retrógrada, a do neoliberal Programa Ponte para o Futuro, ninguém hoje tem mais dúvida. Mas, com a falta de reação da sociedade mais pobre e trabalhadora, ele tem aprofundado-a descaradamente. Tanto que, enquanto não reduz os supersalários de juízes e regalias a políticos para diminuir o rombo fiscal do país, ele baixou R$ 10 do reajuste do salário mínimo que seria de R$ 979 em 2018”, ressalta Leonardo Del Roy, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas (Conatig).
Além de prejudicar a grande maioria da classe trabalhadora, pois recebe o salário mínimo, enquanto preserva e cria benfeitorias a seus aliados, o governo ilegítimo ainda promove o agravamento da crise econômica e o desemprego no Brasil. “Retirar R$ 10 do salário mínimo é retirar todos os R$ 10 de todos os trabalhadores que seriam utilizados no comércio”, lembra Del Roy. Sem comercio aquecido, não há produção equivalente, o que amplia a falta de emprego. E ainda tem toda retração de imposto, já que as mercadorias não são produzidas e nem são comercializadas.
O inverso se viu quando a Presidência era governado por Lula há pouco tempo atrás. Nos seus dois mandatos, o salário era valorizado e o poder de compra dos trabalhadores era significativo, o que levou a evolução do comércio e da produção, com o recorde de milhares de novos postos de trabalho no Brasil. “O salário era reajustado sempre acima da inflação, goste o trabalhador de Lula ou não”, frisa Álvaro Ferreira, secretário de Comunicação da Federação Paulista dos Gráficos (Ftigesp).
Agora, independente de qual posição política o trabalhador tenha clara ou não, o governo Temer e aliados, inclusive do partido de FHC, Aécio, Dória e Alckmin (PSDB), estão rebaixando o já baixo reajuste do salário mínimo da classe trabalhadora, que continua repetindo o discurso dos setores patronais contra Lula enquanto Temer e o PSDB arrocham, sem ela esboçar nenhuma reação as continuadas políticas antitrabalhadores.
Fonte: CONATIG