O sindicato dos Gráficos do Ceará, recebeu denúncias dos trabalhadores, de que a gráfica de embalagens COBAP, está descumprindo o acordo do banco de horas.
O banco de horas, existe na empresa, antes mesmo dos trabalhadores serem representados pelo Sindicato do Gráficos (Sintigrace), e a entidade já tentou por diversas vezes recusar a prática de banco de horas, considerada nociva a categoria. Porém, os trabalhadores, em votação, ainda optam pela prática.
Em reunião, a empresa negou a acusação de que estaria colocando trabalhadores em jornadas de 12 horas seguidas, o que é ilegal tanto pelo Acordo quanto pela Legislação Trabalhista. A empresa alegou que possui uma turma de revezamento, formada por 8 ou 10 trabalhadores, em escala que tiram a folga dos demais trabalhadores, e que se existirem horas negativas, ela se compromete em pagar as horas extras, que as folgas são negociadas entre o trabalhador e o chefe imediato.
Além disto, ela confessou que as horas negativas passam de um semestre para o outro. O sindicato contestou essa prática e a empresa enviou no dia 22 de dezembro, um relatório das horas que são devidas pelos trabalhadores e pela empresa e precisam ser pagas.
Após a reunião, o sindicato já apurou que a empresa modificou o turno de revezamento. “Precisou a empresa ser denunciada para cumprir o acordo”, afirma Rogério Andrade, presidente do Sintigrace.
Andrade, lembra que o sindicato está trabalhando para que no próximo ano a prática de banco de horas seja extinta.
Sobre o banco de horas:
Quando você faz banco de horas, direitos como a remuneração da hora extra, FGTS, previdência social, férias e 13º salário, são perdidos.
As empresas que praticam banco de horas, muitas vezes fazem com que o trabalhador gaste (perca) essas horas quando ele precisa de consultas médicas, tratamentos de saúde, etc, momentos onde as horas devem ser abonadas e não devem ser compensadas pelo trabalhador.
Além disto, quando se trabalha mais horas por dia, o trabalhador nunca consegue recuperar o que perde de saúde. Afinal, o trabalho é desgastante e os níveis de produção exigidos são altos.
Muitos trabalhadores acreditam que o banco de horas permite uma maior liberdade na jornada. Isso é ilusão! As empresas muitas vezes, quando existe baixa produção, cedem horas para serem acumuladas de acordo com seus interesses, mas quando desejam aumentar a produção, cobram que os trabalhadores compensem essas horas. No final, não é o trabalhador que define quando quer e como quer utilizar as horas extras. Ele fica refém da empresa, que define como quer, o tempo que ele terá para a família, o lazer, o estudo, a religião e outras atividades.
No caso do setor gráfico de embalagens, o quadro pode ser ainda mais complicado para quem trabalha de segunda a sábado e a noite. Esses trabalhadores estão sendo imensamente explorados trabalhando em uma jornada ainda mais exaustiva.