Sintigrace prepara lançamento para 29 de abril
Foi publicado nesta sexta-feira, 06 de abril, no jornal Diário do Nordeste, Edital convocando os trabalhadores gráficos do setor de embalagens para a assembleia de abertura da Campanha Salarial 2018-2019, cuja data-base é maio.
O documento convoca, oficialmente, os trabalhadores para comparecerem à sede do Sindicato dos Gráficos do Ceará – Sintigrace, que fica na Rua Floriano Peixoto, 2157, bairro José Bonifácio, em Fortaleza, no dia 29 de abril, a partir da 9.00h.
Na assembleia, os gráficos de embalagens irão propor, apreciar e aprovar a pauta de reivindicações da categoria, visando a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho 2018-2019.
Com a reforma trabalhista em vigor desde novembro do ano passado, Convenções e Acordos Coletivos passaram a ser os meios para garantir e proteger os direitos trabalhistas. Tendo a nova Lei tornado letra morta quase toda proteção social do trabalho, os instrumentos coletivos passam a ter maior importância para garantir direitos no Brasil.
Assim, a Campanha Salarial deixa de ser apenas o momento do aumento salarial e passa a ser determinante para os trabalhadores alcançarem vida digna. Mais que apenas aumento salarial, a campanha que determinará a final se as condições de trabalhado serão mantidas, melhoradas, ou pioradas.
No Ceará, o setor gráfico de embalagens concentra cerca de 1.000 trabalhadores em empresas medias e pequenas, sendo que duas são filiais dos maiores grupos de empresas de embalagens impressas: as multinacionais Westrock, em Pacajus e Smurfit Kappa, em Maranguape.
Apesar das filiais das multinacionais, a Convenção Coletiva do setor é pobre e reflete condições de trabalho precárias. Cerca de 90% da categoria recebe entre 1 e 1,5 piso salarial, que em 2017 valia R$ 972,00. As empresas desrespeitam constantemente as leis trabalhistas e a Convenção Coletiva. Não há democracia nos locais de trabalho. O número de associados ao Sintigrace é baixíssimo. E não é raro os casos em que as empresas obrigam os trabalhadores a se desfiliarem do Sindicato.
Tão alto quanto a precariedade, são os investimentos no setor. A Westrock investiu US$ 32 milhões até abril do ano passado em sua fábrica em Pacajus. A Smurfit Kappa para adquirir a Paema, em Maranguape, não investiu menos que R$ 26 milhões. Como as duas multinacionais, outras empresas também realizaram investimentos, mas não nos trabalhadores, mas em estrutura e maquinário.
É nesse contexto de retrocesso social e desrespeito aos trabalhadores, que os gráficos de embalagens no Ceará iniciam sua luta por melhores condições de vida. Para não perder os direitos duramente conquistados, bem como para garantir respeito e dignidade aos homens e mulheres gráficos de embalagens do Estado do Ceará.