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Denúncia: Gráfica Sérgio fecha as portas e pede a trabalhadores que abram mão de direitos

A partir do vigor da reforma trabalhista e do pedido dos trabalhadores para ficarem de fora das negociações, a Gráfica Sérgio encerrou as atividades. A empresa estava em dificuldades financeiras há cerca de 2 anos e informou que não realizaria as homologações das rescisões contratuais no Sindicato dos Gráficos do Ceará (Sintigrace), mas na sede da empresa.
Os trabalhadores compareceram ao local no dia 24 de novembro conforme determinado, mas foram surpreendidos com o aviso da alteração da data de pagamento para o dia seguinte, no escritório do contador.
Lá foram recebidos pelo proprietário da empresa, o contador e dois advogados contratados pela gráfica Sérgio. Segundo informaram os gráficos, foi alegado que um dos advogados seria para a empresa e outro para os trabalhadores.
Também foi relatado que os gráficos foram coagidos por todos esses representantes da empresa a fazerem um acordo que abria mão da multa do FGTS e a assinarem um documento onde se comprometiam a não acionar a empresa judicialmente para reclamar os direitos devidos. Além disto, o prazo para receber as verbas devidas seria até dia 10 de dezembro deste ano.
“Um dos advogados falou na oportunidade que caso não aceitassem o acordo podiam procurar a justiça, que dificilmente receberiam o que tinham direito, pois a empresa estava falida e já teria passado os bens para o nome de terceiros”, conforme denúncia do presidente do Sintigrace Rogério Andrade.
Andrade, repudia a atitude da gráfica Sergio que, “se aproveitando da entrada em vigor da contrarreforma trabalhista aplicou um golpe nos trabalhadores, coagindo os companheiros aceitarem um acordo que os prejudica, não têm segurança e pode virar um calote, tendo em vista que não há garantias que a empresa honrará o compromisso até o dia 10”.
O presidente do sindicato ainda alerta para o erro cometido pelos empregados da gráfica que solicitaram que o Sintigrace se afastasse das negociações resultando nessa coação e em possíveis prejuízos, “o trabalhador gráfico que se negar a se organizar e se afastar do sindicato só terá prejuízos, pois os patrões nunca tiveram respeito pelos trabalhadores, não será agora, com uma lei que lhes favorece, e preciso saber que a única organização que defendo os interesses dos trabalhadores é o sindicato”.

Andrade também explica que o procedimento da empresa é ilegal e que cabe ação judicial, ainda que os trabalhadores tenham assinado qualquer documento e que o departamento jurídico do sindicato está à disposição dos trabalhadores.