Os trabalhadores gráficos dos jornais cearenses passarão por uma nova fase da campanha salarial 2014, que já completa 11 meses sem desfecho por conta da omissão da classe patronal
Há um mês para completar um ano sem reajuste salarial, os funcionários do Diário do Nordeste, O Povo e O Estado participarão de assembleia a ser realizada em cada jornal. A estratégia foi tirada pela entidade de classe (Sintigrace), depois de tentar negociar, este mês, mais uma vez, com cada uma das empresas na Superintendência do Trabalho. Só o Diário do Nordeste apareceu. Porém, não houve avanço efetivo, pois o jornal questionou indiretamente a falta de diálogo do Sintigrace com o sindicato patronal, instância onde, segundo a empresa, pode-se negociar maiores resultados via convenção coletiva. Porém, a posição é rechaçada pela própria categoria, que, há muito tempo, decidiram excluir o sindicato patronal das negociações, devido à falta de vontade dele para avançar nas reivindicações obreiras.
“Apesar de ser legal, a diretoria do Sindjornais (sindicato patronal) carece de legitimidade, tendo em vista que é formada por empregados, imbuídos da única tarefa de manter as coisas como estão, não permitindo qualquer evolução, social ou econômica dos trabalhadores durante o processo negocial”, disse o presidente do Sintigrace, Rogério Andrade, durante a mediação com os representantes do Diário do NE na Superintendência do Trabalho, realizada no último dia 10. A posição pode ser comprovada, conforme afirma o dirigente, observando a demora em se chegar a um acordo com a categoria, proveniente de cansativas e repetidas reuniões de negociação, que não se verifica avanço algum.
O pior ocorreu nas mediações com os jornais O Estado e O Povo. Não compareceu na Superintendência do Trabalho nenhum representante das empresas nos dias 3 e 4 deste mês respectivamente. “Só a radicalização da Campanha Salarial fará tais patrões sentarem na mesa para negociar”, frisou Andrade, lembrando que o sindicato patronal nunca respeitou os trabalhadores; senta, mas não negocia, e, agora, esses jornais não comparecem às audiências de negociação.
O fato é que agora, após mais esta rodada de negociação, o Sintigrace realizará assembleias por local de trabalho com os gráficos dos jornais, cujos decidirão os rumos da campanha salarial. A mesma iniciativa será realizada com os funcionários das revistas cearenses. “Todos precisam participar e tomar sérias decisões sobre o rumo dessa campanha salarial do setor, uma vez que, ausentando-se ou comparecendo à audiência de negociação, O Estado, O Povo e Diário do NE manifestaram o desejo de não negociar Acordos Coletivos”, informa Andrade. O dirigente finaliza dizendo aos trabalhadores que, todos juntos e mobilizados, precisam participar e decidir o que querem também, para pressionar os patrões a garantirem, com avanços, a conclusão desta longa campanha salarial.
Fonte: Conatig