Ofensas só aumentarão o desejo de lutar por conquistas e salários
Usar vale-compras para comprar cachaça’. Essa foi a justificada utilizada pelo setor patronal dos gráficos do ABC e Baixada Santista para negar a concessão do benefício aos trabalhadores. O argumento agressivo foi dito na primeira rodada de negociação salarial com os sindicatos obreiros das duas regiões, realizado no dia 26/08. Outro argumento desrespeitoso usado pelos patrões para negar novas cláusulas sociais na convenção coletiva de trabalho 2014/2015, foi a de inferir que jovens de 12 anos já roubam e matam, logo, para que os pais/mães gráficos terem faltam renumeradas para acompanhar os filhos ao médico. Como não poderia ser diferente, o clima esquentou, pois os representantes dos trabalhadores não aceitaram as ofensas e retrucaram, encerrando a reunião antes do tempo, prometendo mobilizações nas portas das empresas como resposta.
“Somos profissionais e merecemos respeito”, reclamou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas (STIG) de Santos e Região, Jorge Fermino. O dirigente informa que não mais participará de reunião com os empresários antes do dia 10 de setembro. Mas ele adianta que antes e depois da data, promoverá mobilizações nas portas das empresas para chamar atenção dos trabalhadores diante do descaso dos patrões ao chamar os funcionários de cachaceiros, quando dizem que trocam comida da família por bebida. Mas também quando, para negar direitos voltados aos filhos dos gráficos, fazem comparações aos jovens de 12 anos que matam e roubam. Antes desta ofensa, outro pleito negado pelo patronal, foi a de abonar falta quando o gráfico levar a esposa ou vice versa ao médico.
Em relação às pautas sobre salários e benefícios econômicos também não houve avanço. Foi alegado que a discussão depende do resultado do índice do INPC do mês de agosto, já que a data-base da categoria é 1º de setembro. A previsão para divulgação do índice deve ocorrer entre os dias 10 e 12 de setembro. “Teríamos outra reunião no dia 26/08, mas cancelamos, uma vez que não tinha mais nada a discutir com os patrões, depois de exaustiva argumentação sobre a defesa de nossos pedidos, os quais além de serem negados por eles, ainda o fizeram desrespeitando todos os gráficos das regiões do ABC e Baixada Santista em São Paulo”, critica Fermino.
Fonte: Conatig