Terminou na segunda-feira (25/06), após 34 dias, a paralisação dos trabalhadores do setor gráfico de jornais e revistas, depois que a categoria votou para que o processo de negociação fosse levado ao dissídio, tendo em vista a intransigência patronal na mesa de negociação. "A categoria entendeu que a má vontade patronal e o desrespeito a mesa de negociação levou a um impasse que só poderá ser resolvido através da justiça trabalhista", explicou Rogério Andrade, presidente do Sindicato dos Gráficos (SINTIGRACE).
A decisão dos trabalhadores, ocorreu depois que o sindicato patronal voltou atrás na proposta que havia feito durante mediação realizada pelo ex- presidente do Tribunal do Trabalho, Desembargador Cláudio Pires, na quarta-feira (20/06), de que iria conceder uma cesta básica no valor de R$ 50,00. Na mesma negociação o sindicato patronal concedeu reajuste de 8,5% nos pisos salariais e de 7,6% nos demais salários.
A campanha salarial 2012 do setor gráfico de jornais e revistas, foi marcada pela intransigência patronal e pela criminalização do movimento grevista. O presidente do SINTIGRACE, Rogério Andrade e o diretor, Juarez Alves, foram indiciados por crime de lesão corporal, formação de quadrilha, dano e ameaça, na investigação conduzida pelo Delegado José Munguba Neto, sobre a manifestação conjunta dos operários gráficos e da construção civil ocorrida em frente ao Jornal Diário do Nordeste.
Na ocasião, Andrade subiu no carro de som, para pedir calma aos manifestantes que segundo testemunhas reagiram a um segurança que portava uma pedra, quebrando o portal de vidro do jornal. O diretor Juarez Alves, não se encontrava no local da manifestação. O caso provocou a mobilização de entidades sindicais e professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) que se manifestaram através de nota e da realização de palestras.
E ainda:
Os dois processos de Interdito Proibitório, pedidos pelo Jornal O Povo e O Estado foram arquivados, enquanto o processo aberto pelo Diário do Nordeste, ainda será julgado, já que este jornal afirma que houve descumprimento da liminar de interdito proibitório. Já foram tomados os depoimentos das testemunhas e a direção do SINTIGRACE afirma que aguarda o julgamento, porém informa que a entidade cumpriu tudo o que foi determinado pela Justiça.