1º de Maio evoca a unidade dos gráficos para enfrentar às ameaças ao futuro dos direitos trabalhistas e a atual crise política/econômica
O gráfico carrega no seu legado o pioneirismo e a tradição da unidade, organização e luta de classe em busca de direitos trabalhistas mesmo quando negados por patrões e governos. Esta é a origem do 1º de Maio – data história onde se celebra no mundo a resistência dos trabalhadores nos EUA, onde alguns até morreram, inclusive gráficos (Michael Schwab e George Engel), em defesa de direitos negados. No Brasil, os gráficos são também herdeiros dessa consciência e luta de classe em prol dos direitos negados. Há quase 100 anos, gráficos se uniram em greve e arrancaram dos patrões e governo o direito de ter direitos, inclusive o de ter sindicato.
Nascia a primeira convenção coletiva de trabalho, antes inexistente. E até hoje continua válido tais direitos da luta desses gráficos. Porém, após tantos anos, o 1º de Maio deste ano, celebrado no último domingo, remete aos gráficos e à toda classe trabalhadora o desafio de se retomar este perfil de unidade, organização e luta frente ao atual grande risco de se findar direitos garantidos, como deseja o projeto Ponte para o Futuro do vice-presidente, Michel Temer, caso assuma o governo com impeachment da presidente Dilma. É um desafio significativo, além da atual crise econômica e política, que vem diminuindo empregos, e dificultando reajuste salarial e de direitos.
O Ponte para o Futuro tem, na sua essência, a flexibilização de direitos trabalhistas e sociais.Dentre os 30 itens defendidos pelo então projeto do PMDB (Ponte para o Futuro), a terceirização irrestrita da mão de obra, o aumento da idade mínima para aposentadoria, a permissão do negociado sobre o legislado pela CLT e o fim da valorização anual do salário mínimo são alguns deles. Assim, antes de qualquer julgamento neste momento de divisão política da sociedade brasileira, a CONATIG (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas) avisa aos 200 mil profissionais da categoria que sua orientação não é a favor ou contra governos. Mas defende e defenderá sempre os direitos sociais e trabalhistas dos brasileiros, assim como sempre fizeram os gráficos, a começar por João da Costa Pimenta, na histórica greve de 1923 – responsável pela criação da 1ª convenção coletiva de trabalho e por garantir a legalidade do sindicato reconhecido por patrão e governo.
Neste sentido, o gráfico e demais trabalhadores são chamados outra vez para se reagruparem em torno de um único propósito: seus direitos. Este é o recado deixado pelo 1º de Maio. Não há outro caminho, senão retomar a unidade, organização e mobilização em defesa da garantia das conquistas consolidadas através das lutas da classe trabalhadora no decorrer da história. É bem verdade que hoje vivemos grande crise com redução de emprego e violações de direitos diante da instabilidade econômica/política. Mas outra verdade é o grande atentado aos direitos que está sendo construído, através do novo governo por meio do projeto Ponte para o Futuro, caso oimpeachment de Dilma avance. Ele terá efeitos negativos maiores e em cadeia sobre os direitos trabalhistas, pois quer extinguir e flexibilizá-los, com efeito sistemático e duradouro, até que uma nova organização da classe trabalhadora tenha capacidade de luta suficiente para pressionar patrões e governos para restabelecê-los, como em outrora fez os gráficos e demais trabalhadores no histórico 1º de Maio, bem como histórica greve dos gráficos brasileiros em 1923.
Salve o 1º de Maio
Salve dos Gráficos
Salve a classe trabalhadora
Fonte: Conatig